quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MAKURIÁ NZAMBIRI KIA INKISIE (COMIDAS SAGRADAS DOS MINKISI)


As pessoas perguntam o porque das tradições religiosas Bantu e Nagô sendo diferentes, em relação aos seus povos, cultos, costumes, fundamentos, línguas, vestimentas, Divindades, etc..., porque as comidas e ofertas sagradas seriam iguais??
Digo que com certeza existem diferenças, mas de certa forma também semelhanças!!

As diferenças existem nos nomes dos pratos, nos nomes das comidas e iguarias e nas rezas (jingolosi/Asambe)..... pois são línguas e costumes diferentes, também é diferente o modo do preparo e os recipientes onde serão colocadas as comidas para a oferta (kibane).
Na cultura dos povos Bantu, diferentemente da cultura Nagô Yorubá não se usa louça, pois a mesma é de origem européia.
A tradição dos nativos Bantu antecede a descoberta da louça e as comidas sagradas (Makuriá Nzambiri), são servidas no barro, em cabaças, madeira ou até mesmo utilizando-se de folhas de mamona branca (baiki mundele) e banana (dihonjo), pois nossos Minkisi são os próprios elementos da natureza, a própria energia que emana da mãe natureza (Mam'etu Utukilo), dispensando assim o uso de quaisquer utensílios que não sejam de origem natural.

Nas questões das semelhanças, além do fato das misturas que existem em muitas casas de Angola com os cultos Nagô Yorubá/Ketu, fazendo assim um cardápio erroneamente único, existem as semelhanças na própria África, que falarei a seguir.

As semelhanças já existiam em África, no plantio de seus alimentos e também nos costumes alimentares, que são bem semelhantes em todo continente africano, talvez assim tenha surgido essa igualdade nas ofertas das comidas aos Deuses e Divindades, pois a mesma mandioca e os mesmos grãos que eram plantados em Benin (hoje Nigéria), também eram plantados em Luanda e Mbanza, os dendezeiros eram abundantes em todo continente e o mel adoçava toda África.

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